google.com, pub-7873333098207459, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Evangelho da Graça

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segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Oração de Neemias — Parte 1



Neemias foi um grande servo de Deus, um homem de oração, foi governador de Jerusalém e liderou uma grande restauração dos muros da cidade destruída pelo império babilônico. Podemos tirar lições valiosas de suas orações para a prática cristã. A oração está registrada em Neemias 1 e é um modelo para padronizar as nossas orações. Ele começa com adoração, confessa os seus pecados e os pecados de sua nação, implora promessas do Salvador, menciona misericórdias anteriores e suplica pelo perdão misericordioso. Portanto, o objetivo desse texto, nessa primeira parte, é fazer uma análise objetiva e resumida da estrutura da oração de Neemias no primeiro capítulo do livro, usando como exemplo a estrutura da sua oração para a devoção diária. 

Quem foi Neemias?

Neemias, cujo nome em hebraico, significa “Yahweh consola”, foi copeiro do rei Artaxerxes (Ne 1:11) durante o cativeiro babilônico, em Susã  (Ne 2:1), uma posição de alta responsabilidade e honra. A tarefa de um copeiro real era servir vinho ao rei, provando-o na presença do rei antes de servi-lo para demonstrar que não estava envenenado. O texto não revela a sua genealogia, mas descreve como filho de Hacalias (Né 1:1), ele tinha um irmão por nome de Hanani (Ne 7:2). Tendo ouvido falar sobre a situação deplorável em que se encontrava a cidade de Jerusalém, apresentou uma petição ao rei com a permissão de reconstruir os muros de Jerusalém. Esse pedido foi concedido e Neemias recebeu o título de Governador (Ne 2.1-10).

Contexto da oração

O livro de Neemias foi inscrito após o exílio babilônico, ele se encontrava na cidade de Susã (Ne 2:1). O povo de Deus havia desobedecido às leis do Senhor, Ele enviava seus profetas, mas o povo continuava na desobediência. Com isso, o juízo de Deus veio sobre eles. Neemias recebeu a notícia de que os muros de Jerusalém estavam em ruínas e seus portões queimados. O povo de Deus se encontrava em desgraça e miséria (Ne 1:3). Neemias fica entristecido, pois sabia que os muros eram símbolos de proteção contra os inimigos. Agora, a cidade era motivo de chacota e desprezo das nações vizinhas. Diante disso, Neemias não se deixa vencer pelo desânimo, mas começa orar ao Senhor. 

Estrutura da oração de Neemias

1. Adoração ‬

“E disse: ah! Senhor, Deus dos céus, Deus grande e temível” (Ne 1:5). 

Neemias começa sua oração adorando a Deus, reconhecendo a transcendência e imanência de Deus. Neemias reconheceu que Deus não era apenas o Deus do seu povo, mas também como o Deus criador. Essa oração nos ensina que, ao orar a Deus, devemos começar adorando a Ele, reconhecendo sua grandeza, soberania, providência divina e seus atributos. As orações dos servos de Deus estão recheadas de adoração a Deus, basta olhar os Salmos, onde Deus é chamado de fortaleza, refugio, poderoso e muito mais exemplos como esses. Nenhuma oração da Antiga e Nova Aliança começava sem primeiro adorar a Deus. Portanto, ao orar a Deus, comece engrandecendo sua majestade, louvando e o adorando pelo que Ele é. 

2. Confissão de pecados

“Estejam, pois, atentos os teus ouvidos, e os teus olhos, abertos, para acudires à oração do teu servo, que hoje faço à tua presença, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, os quais temos cometido contra ti; pois eu e a casa de meu pai temos pecado. Temos procedido de todo corruptamente contra ti, não temos guardado os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos que ordenaste a Moisés, teu servo” (Ne 1:6-7).

Outro ponto que Neemias aborda em sua oração é a confissão de pecados. Ele faz uma confissão recordando os últimos pecados de Israel, assim como seus próprios pecados e de sua família. Neemias entende que a situação em que Israel se encontrava era devido aos seus pecados, eles haviam abandonado a lei do Senhor e rejeitado os profetas que falavam em nome de Deus. Um ponto importante para se observar nesta oração, está no fato de Neemias não se desculpar ou remeter os pecados às gerações passadas. Ele não entra no jogo de distribuir a culpa para os outros, porém reconhece que desobedeceu à lei de Deus registrada no pentateuco (Ne 1:7). 

Essa confissão de Neemias revela duas coisas. Primeiro, sua humildade. Ele se identifica com seus compatriotas, com seus pecados e sofrimentos. Neemias sai do conforto dos palácios para tirar o povo da miséria em que se encontrava, isso não te lembra de Cristo? Ele abdicou da sua glória para morrer pelos teus pecados e te dar a vida eterna. Segundo, coragem. Neemias não agiu por impulso, mas coragem. Ele passou quatro meses em oração e jejum para se apresentar diante do rei. Segundo os estudiosos do Antigo Testamento, Neemias conhecia bem o risco que enfrentava, poderia perder a vida se mostrasse tristeza diante do rei, isso seria entendido como um insulto à majestade do rei. Nada disso o impediu de tomar uma atitude pelo bem-estar do seu povo. Além disso, ele estava disposto a viajar até Jerusalém, lugar de destruição e miséria, longe da proteção do palácio.

Essa parte dessa oração nos ensina que a confissão de pecados deve ser uma prática em nossas orações. Necessitamos a cada dia confessar nossos pecados diante de Deus, pois quebramos seus mandamentos. A exemplo de Neemias que ofereceu uma oração sacerdotal, precisamos levar a Deus os pecados daqueles que estão em nossa volta.

3. Promessas 

Lembra-te da palavra que ordenaste a Moisés, teu servo, dizendo: se transgredirdes, eu vos espalharei por entre os povos; mas, se vos converterdes a mim, e guardardes os meus mandamentos, e os cumprirdes, então, ainda que os vossos rejeitados estejam pelas extremidades do céu, de lá os ajuntarei e os trarei para o lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome (Ne 1:8-9).

Após a confissão de pecados, Neemias lembra das promessas de Deus. Sua oração está fundamentada na palavra de Deus, pois o Senhor havia alertado o povo por intermédio de Moisés que, se eles transgredissem os mandamentos, seriam levados para uma terra distante, isto é, para o exílio (Lv 26:33; Dt 4:25-27; 28:64). Mas Deus havia falado também que, se eles arrependessem de seus pecados, o Senhor iria restaurá-los para a sua terra e abençoá-los (Dt 30:1-5). Neemias confia inteiramente nas promessas de Deus, sabia que o Senhor é poderoso para cumprir a sua palavra. O que ele estava simplesmente pedindo a Deus era sobre a restauração do povo de Deus, que seria impossível sem a misericórdia do Senhor. 

As promessas de Deus foram uma fonte de esperança para Neemias, ele se agarrou a elas para a mudança da qual o povo necessitava. Se não tivesse o conhecimento das promessas divinas, a mudança seria impossível para a nação. Assim, essa parte da oração de Neemias nos ensina que precisamos crer nas promessas de Deus, elas adorçam nossas amargas aflições, confirma nossa frágil e vacilante fé em meio às provações da vida.

4. Oração pessoal

Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos à oração do teu servo e à dos teus servos que se agradam de temer o teu nome; concede que seja bem-sucedido hoje o teu servo e dá-lhe mercê perante este homem. Nesse tempo, eu era copeiro do rei (Ne 1:11).

Por último, Neemias encerra sua oração com um pedido pessoal. O pedido pessoal de Neemias nesta estrutura da oração, entra por último. Ele começa adorando a Deus, faz confissão de pecados e confia nas promessas de Deus. As necessidades de seus compatriotas estavam em primeiro lugar, em detrimento da sua. Isso demonstra que a sua oração não era egoísta, mas que estava voltada para as necessidades de seus irmãos. Dessa forma, essa oração tem muito a nos ensinar a olharmos para as necessidades de nossos irmãos na fé, família, missionários e outros. Muitos de nossos pedidos são apenas pessoais e não estão voltados para o próximo. Sobre isso, Tiago alertou: Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres (Tg 4:2-3). 

Conclusão

A oração de Neemias tem muito a nos ensinar sobre como orar a Deus. Ele orou a Deus com humildade, coragem e fé diante do Criador. Seguiu uma estrutura simples de oração, mas que foi muito prática para a situação em que ele se encontrava no momento. Portanto, essa oração é um modelo que podemos aplicar em nossas orações a Deus, seguindo sua estrutura. Neemias orou a Deus seguindo as Escrituras, aplicando as verdades divinas em suas orações. Que essa oração sirva de exemplo para incluímos em nossas devoções diárias diante do nosso Deus. 


Sidney Muniz


Fonte:

Comentário Champlin - Antigo e Novo Testamento 

Comentário da Bíblia Shedd

Teologia Puritana 

Homens de oração - Edward M. Bounds


domingo, 9 de junho de 2024

Os benefícios de esperar em Deus

 

O Salmo 40 nos ensina os benefícios de esperar em Deus. Apesar de ser um Salmo de ações de graças onde Davi pede ajuda de Deus por livramento, ele tem lições valiosas a nos ensinar de como aguardar e confiar em Deus. Portanto, vejamos alguns desses benefícios que Davi compôs nesse belíssimo cântico ao Senhor.

O que significa esperar em Deus?

“Esperei com paciência pelo Senhor” (Sl 40:1).

O dicionário português define a palavra esperar como: “estar à espera, ter esperança, contar com e aguardar.”[1] Em outras traduções “Esperei com paciência pelo Senhor” fica: “Esperei confiantemente pelo Senhor.”[2] Diante disso, esperar em Deus significa confiarmos nEle, confiar na sua poderosa providência e soberania; ter esperança nas suas promessas que não falham para com o seu povo.

Oração respondida

“Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor” (Sl 40:1).

O primeiro benefício de quem espera em Deus é a sua oração respondida. O salmista estava passando por certas adversidades em sua vida, mas ele esperou no Senhor, perseverando em oração. Cada vez que Davi orou a Deus, obteve respostas. A Bíblia nos ensina: “sede pacientes na tribulação, perseverai na oração” (Rm 12:12), para igreja de Tessalônica, Paulo disse: “orai sem cessar” (1Ts 5:17). Quando esperamos em Deus, mesmo diante das tribulações, Deus no tempo certo responde nossas orações. Por mais que oramos a Ele e suas respostas não são de imediato, devemos aguardar firme em oração, confiando que Deus cuida de seus filhos.

Libertação

“Tirou-me de um lago horrível, de um charco de lodo; pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos” (Sl 40:2).

O segundo benefício de quem espera em Deus é a libertação. Nessa parte do salmo, Davi relata que Deus o tirou de um poço. Literalmente, esse poço refere-se a um lago horrível, um poço estrondoso, cujo fundo continha um charco de lodo (um pântano, ou mesmo areia movediça).”[3] Talvez aqui, Davi estivesse enfermo e ameaçado de morte; ou então, visto que o salmo provavelmente é um salmo régio, ele pode ter sentido a ameaça de morte em batalha.[4] Davi esperou pacientemente no Senhor, Deus ouviu sua oração e o libertou das dificuldades que oprimiam. Em resposta à sua oração, Deus colocou seus pés sobre uma rocha, isto é, em um local seguro e de descanso. Assim, quando esperamos no Senhor, no tempo certo, Ele vem em nosso socorro e nos liberta das tribulações que estamos enfrentando, firmando nossos passos na pessoa de Cristo, o qual é a rocha inabalável.

Adoração

“E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus; muitos verão essas coisas, temerão e confiarão no Senhor” (Sl 40:3).

O terceiro benefício de quem espera em Deus é adoração. O salmista louva a Deus por responder à sua oração. Davi não havia buscado refúgio nos deuses que circulavam o território israelita, porém, depositou sua confiança em Deus e nEle esperou pacientemente. Esperar em Deus jamais será em vão, todos que confiam no Senhor em nenhum momento serão desamparados. Ana pediu um filho ao Senhor diante da dificuldade que estava enfrentando (1Sm 1:9-18), Deus ouviu sua oração, ela esperou e Deus abençoou grandemente (1Sm 1:19,20). Ana fez um cântico de adoração a Deus (1Sm 2:1-10). Em suma, esperar em Deus nos leva uma vida de adoração a Ele, por isso que as tribulações têm sua importância para a vida cristã, por meio dela louvamos ao Senhor.

Bem aventurado

Bem-aventurado o homem que põe no Senhor a sua confiança e não pende para os arrogantes, nem para os afeiçoados à mentira” (Sl 40:4).

O terceiro benefício de quem espera em Deus é a bem-aventurança. A palavra bem-aventurado significa “feliz”; ser alguém “bem-aventurado” é desfrutar do favor e da graça especial de Deus.[5] Davi havia confiado inteiramente no Senhor, não depositou sua confiança em deuses ou homens. Aqueles que esperam no Senhor, serão bem-aventurados, isto é, felizes. Esses, serão beneficiados por depositarem sua confiança em Deus. Dessa forma, Davi nos ensina que diante de certas dificuldades, podemos buscar a solução para os nossos problemas em fontes erradas. Por outro lado, quando esperamos no Senhor confiadamente, trilhamos o caminho da bem-aventurança.  

Proclamar

“Proclamei as boas-novas de justiça na grande congregação; jamais cerrei os lábios, tu o sabes, Senhor “(Sl 40:9).

O último benefício de quem espera em Deus é a proclamação. Davi, após receber resposta de sua oração, demonstra o desejo de proclamar as boas novas na congregação de Israel. Aqueles que esperam em Deus, o Senhor abençoa. Essas bênçãos de Deus nos levam a agradecer, proclamar e reconhecer a misericórdia do Senhor em nossas vidas. Logo, as bênçãos de Deus em nossas vidas devem nos levar a testemunhar para as outras pessoas o amor de Deus, declarando que Ele cuida do seu povo. Tem você proclamado para seus colegas de trabalho, escola ou família as bênçãos do Senhor?

Conclusão

Portanto, Davi no Salmo 40 nos ensina que temos vários benefícios de esperar em Deus. Quando esperamos em Deus, confiamos inteiramente na sua providência, sabendo que Ele virá em nosso socorro no tempo certo. Essa espera, muda completamente nossas vidas, contemplamos de uma forma mais ampla sua bendita misericórdia.

 

Sidney Muniz   

 


[1] Dicionário Priberam da Língua Portuguesa

[2] Bíblia Online

[3] Comentário Biblico Beacon

[4] Comentário Bíblia de Genebra

[5] Ibidem


 

sexta-feira, 30 de junho de 2023

A Possibilidade de uma Vida Santa



É possível o cristão viver uma vida santa diante desse mundo? Para muitos, isso é algo inalcançável nessa vida devido ao pecado. Mas o que a Bíblia tem a nos dizer sobre este assunto? Alguns pontos são importantes observamos. Esse texto, visa corrigir alguns pensamentos que é impossível viver uma vida piedosa.


As possibilidades segunda a Bíblia


Na Bíblia encontramos pessoas e textos ensinando a possibilidade de uma vida santa. Isabel e Zacarias eram pessoas justas, ambos tiveram uma vida irrepreensível (Lc 1:5,6), Jó também se enquadra nisso, o próprio Deus falou bem da sua conduta (Jó 1:8). Jesus ensinou sobre as duas casas, uma na área e a outra sobre a rocha, ilustrando aquele que praticava a palavra e o que não praticava (Mt 7:24-27). Tiago chamou atenção da igreja para o fato que a fé sem as obras são mortas, não que as obras salva, mas que elas são consequência da salvação. Paulo incentivou a igreja de Roma a apresentar seus corpos como sacrifícios vivos, insto é, ter uma vida totalmente voltada para Deus. Portanto, esses textos bíblicos são uma evidência que é possível o cristão viver uma vida santa nesse mundo.


Uma perfeita tempestade


Diante dessa comprovação bíblica temos uma perfeita tempestade. Se as Escrituras ensinam que é possível viver uma vida santa, por que para muitos cristãos é difícil de crê nisso? A dificuldade está na palavra “perfeição,” ser santo não significa está isento de erros nessa vida, muito pelo contrário, enquanto tivermos nesse corpo sempre lutaremos contra o pecado, pois ainda não recebemos um corpo glorificado. A salvação acontece de uma vez por no cristão, a santificação é um processo que terminar com a Segunda Vinda de Cristo para buscar a igreja. Assim, devemos entender que Deus aceita nossas obras com base nos méritos de Cristo alcançado na cruz. Deus sabe que nossas obras não são perfeitas, mas Ele olha para a nossa sinceridade e intenção.


Trapos imundos


Isaías profetizou: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam” (Isaías 64:6). Qual o contexto que o profeta estava utilizando essas palavras? Isaías estava profetizando contra os sacrifícios superficiais que o povo vinha oferecendo a Deus, adoração deles não correspondiam com a vida prática. Trapos imundos, não deve ser entendido como algo impossível ao cristão viver uma vida santa, Cristo nos justificou por meio da sua morte na cruz, fomos justificados com base nos méritos de Cristo. Dessa forma, quando Deus olha para o cristão, Ele ver a justiça de Jesus imputado ao crente.


O perigo da equivalência moral


Um dos perigos da vida cristã está na equivalência moral, isto é, banalizamos o pecado. Quando entendemos que todos os pecados são iguais aos olhos de Deus, o perigo de vivermos um cristianismo superficial e liberal se torna muito grande. Por isso, precisamos compreender que o pecado tem consequências diferentes, nem todo pecado tem a mesma punição. Todos os pecados são ofensivos aos olhos de Deus e requerem perdão, mas encontramos na Bíblia que alguns pecados são piores que os outros:


  • Deus puniu de forma drástica os amorreus (Gn 15:16).
  • A lei mosaica estabelecia penas diferentes para infrações diferentes.
  • A lei punia pecados não intencionais e os cometidos com atitudes desafiadoras (Nm 15:29,30).
  • Jesus ensinava que alguns pecados serão mais julgados com mais rigor no dia do juízo que outros (Mt 10:15).


Filhos, não bastados


O Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe (Hb 12:6). Somos filhos de Deus, como filhos Deus, sempre seremos corrigidos se tivemos andando em desacordo com a sua palavra. Deus nos corrige porque ele nos ama, por outro lado, se não aceitamos a sua correção, não somos filhos, mas bastados. Uma das finalidades da correção de Deus é para caminharmos em santidade, “toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça” (Hb 12:11). Essa correção pode vir através das tribulações e por meio de pessoas corrigindo a conduta do cristão. Portanto, a correção do Senhor não é para nos levar a vergonha, porém, a santidade com Deus.


Conclusão


Diante disso, fica claro por meio das Escrituras que não é impossível vivermos uma vida santa. Deus sabe que nossas obras jamais serão perfeitas nessa vida, enquanto tivermos nesse mundo, lutaremos conta o pecado, a santificação é um ato progressivo até a volta de Cristo para buscar sua igreja. Deus olha para nossas intenções se elas são ou não sinceras diante de sua presença.


Sidney Muniz
 

quinta-feira, 25 de maio de 2023

Como Deus nos Regenera

 



Como Deus regenera um pecador? Qual a participação que ele tem no momento da salvação? É Deus que dar o primeiro passo na salvação ou o homem? Ou será que Deus faz a parte dEle e espera o homem fazer a sua parte? Esse texto, visa mostrar diante da Bíblia como acontece o novo nascimento –regeneração.

Ressurreição

Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos (1Pe 1:3).”

Primeiro, Deus regenera por meio da ressurreição de Cristo. Se Cristo não tivesse ressuscitado dentre os mortos, a salvação não seria possível a nenhum dos homens. Pedro, escreve para os irmãos afirmando que Deus os regenerou pela sua misericórdia, Deus não os salvou devido à justiça deles, mas unicamente porque aprouve ter misericórdia de seus pecados. Além disso, Deus os transformou para uma viva esperança, porque antes eles estavam nas trevas e sem esperança de salvação. Portanto, tudo isso aconteceu por meio da ressurreição de Cristo na cruz.

Chamado

Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo (1Pe 1:14-16).”

Segundo, Deus regenera por meio do chamado. Diante das Escrituras, temos dois tipos de chamados. O chamado externo, aquele que Deus faz a todas as pessoas sem exceção e o chamado interno, aquele onde Deus chama de forma interna. Esse chamado, também é conhecido como graça irresistível ou graça eficaz. Onde Deus opera poderosamente no coração incrédulo, morto e rebelde do homem. Isso não quer dizer que Deus salva o homem contra a sua vontade, como alguém trazendo pela orelha, porém, operando contra toda a resistência do coração do homem. O próprio Jesus ensinou sobre esses dois chamados: porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos (Mt 22:14). Assim, a evidência que uma pessoa foi chamado internamente, está no caminhar em santidade, não para alcançar a salvação, mas porque isso é uma consequência da salvação.

Resgate

Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo (1Pe1:18,19).”

Terceiro, Deus regenera por meio do resgate de Cristo. Todos homens são escravos do pecado, estão presos em seus pensamentos e maneira de agir, estão debaixo da ira de Deus (Rm 1:21,24,26). Para o homem ser liberto dessa maneira de viver, foi imprescindível Deus pagar o preço desse resgate ao enviar Cristo para suportar sua própria ira (Rm 8:3; Gl 3:13). O novo nascimento é possível ao homem, devido à morte de Cristo na cruz, pois o “Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos (Mc 10:45).” Logo, não fomos resgatados com coisas corruptíveis, mas com o precioso sangue de Cristo.

Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente, pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente (1Pe 1:22,23)”

Quarto, Deus regenera por meio da fé. Deus purifica o coração corrupto do homem por meio da fé em Cristo. A prova que ele creu em Cristo está na obediência ao Evangelho e amor ao próximo. Essa fé não algo produzido pelo próprio homem, pois sem Cristo ele está morto em seus delitos e pecados (Ef 2:1), a fé é um dom de Deus (Ef 2:8,9). Quando Deus regenera o pecador, a fé é produzida no coração dele, assim ele passa crê em Jesus como seu único e suficiente salvador de sua vida.

Conclusão

Em suma, Deus nos regenerou por meio da ressurreição de Cristo, operou poderosamente em nossos corações por meio do Evangelho, resgatando-nos das trevas em que nos encontrávamos e produzindo fé em nosso coração morto pelo pecado.

 

Sidney Muniz


domingo, 5 de março de 2023

O Fariseu e o Publicano



A parábola do Fariseu e o Publicano, registrado em Lucas 18:9-14, fala sobre as atitudes corretas na oração. Jesus ensina como duas pessoas apresenta-se diante de Deus no templo por meio da oração (Lc 18:10), um com humildade e o outro com o orgulho no coração. Neste texto, veremos as lições que Jesus queria comunicar aquelas pessoas e a nós.

A oração do fariseu

O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho (Lc 18:11,12).”

O que era um fariseu? Os fariseus eram um grupo religioso da época de Jesus extremamente radical e conservador. Seus integrantes eram orgulhosos por se acharem cumpridores da Lei e das Tradições.

A oração do fariseu era totalmente orgulhosa. Sua oração revelava a confiança em si, ele não apresentou seus pecados diante de Deus e muito menos arrependimentos. O foco do fariseu, era ficar se comparando com as outras pessoas no sentido pejorativo, afirmava não ser como ladrões, adúlteros e injustos. A Lei exigia apenas um dia de jejum por ano (Lv 16:29), mas ele jejuava duas vezes, provavelmente segunda-feira e a quinta-feira como dias de jejum.

O fariseu também se orgulhava de entregar os dízimos ao Senhor. Isso, indica que ele dava o dízimo até mesmo daquilo a Lei não exigia, como: o dizimo dos produtos que ele comprava de um produtor, o qual já havia sido pago pelo próprio produtor. Ele era tão soberbo em suas intenções que basicamente tentava cumprir a Lei pelos outros. Assim, aquele fariseu tentou impressionar Deus e alcançar a justificação pelas obras.

A oração do publicano

“O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! (Lc 18:13).”

O que era um publicano? Os publicanos foram um grupo profissional da época de Jesus que eram contratados pelos romanos. Eles exerciam a função de cobrar impostos e taxas nas alfândegas. Os publicamos eram desprezados pelos judeus e particularmente pelos fariseus. Por esse motivo, eram considerados traidores da pátria e corruptos.

Um fato curioso que chama atenção é o fato de um publicano não andar nas sinagogas. Quando sentiam a vontade de orar, faziam na área externa do Templo, o qual tinham acesso por serem judeus. Foi exatamente o que fez o publicano dessa parábola.

A oração do publicano foi totalmente diferente em relação a do fariseu. Primeiramente, ele se colocou a distância, ao contrário do fariseu, não queria ser visto, apenas desejava desesperadamente o perdão de Deus. Sentia o peso do seu pecado e vergonha que não conseguia olhar para o céu. Ao invés de se elogiar como fez o fariseu, esse homem reconheceu seu estado de miséria na qual se encontrava.    

O publicano batia no peito clamando a Deus por misericórdia: “Ó Deus, sê misericordioso para comigo, o pecador.” Sua oração fora a mesma de Davi: “Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias (Salmo 51:1).” Portanto, o pedido desse homem era que a ira de Deus não caísse sobre sua vida, ele queria apenas o perdão de Deus.

A aprovação de Jesus

Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado (Lc 18:14).”

Jesus declarou que foi o publicano e não o fariseu que voltou para a casa justificado. O publicano conseguiu o que tanto desejava, o perdão dos pecados. Jesus concluiu essa parábola com a seguinte reflexão: “Porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado” (Lc 18:14). Diante disso, fica evidente que o fariseu voltou para a casa como um pecador, enquanto o publicano que confessou grandemente seu pecado, como justificado.

Conclusão

Portanto, podemos tirar quatro lições práticas para nossa vida dessa parábola. Primeiro, Deus abomina um coração soberbo. Segundo, Deus se agrada quando nos aproximamos dEle com um coração humilde. Terceiro, não podemos impressionar a Deus com nossas obras. Quarto, toda glória pertence unicamente ao nosso Deus.


Sidney Muniz