Em
Marcos 3.1-6 encontramos uma controvérsia religiosa de Jesus com os fariseus por
causa do dia de sábado, os fariseus entendiam que Jesus estava violando o
quarto mandamento, porém, Jesus ao curar estava mostrando que o sábado foi
feito para fazer o bem. Antes disso, Jesus já havia debatido com eles sobre o
dia do descanso (Mc 2.23-28).
Nesse
texto, queremos analisar como se deu o debate e as lições práticas que podemos
aprender dele.
Jesus na sinagoga
De
novo, Jesus entrou na sinagoga. E estava ali um homem que tinha uma das mãos
ressequida (Mc 3.1).
Primeiramente,
o texto começa com Jesus entrando na sinagoga. A sinagoga era uma espécie de
igreja. Ela teve sua origem quando Israel estava no exilio por desobedecer a
Deus – alguns consideram que Esdras deu origem as sinagogas. Onde estivessem
três ou mais pessoas, ali estava uma sinagoga segundo os judeus. Eles se
reuniam nesse lugar para adorar a Deus, orar e ouvir a exposição do Antigo
Testamento. Segundo, Lucas registra um detalhe que não encontramos no Evangelho
de Marcos, que Jesus ensinava na sinagoga. Terceiro, o homem da mão ressequida.
Algumas versões menciona mão aleijada, mirrada e atrofiada. Lucas destaca que
era a mão direita dele que se encontrava enferma. Logo, não sabemos o que de
fato aconteceu com esse homem, se ele nasceu com essa doença ou se foi acidente
de trabalho.
Os fariseus observam Jesus
E
estavam observando Jesus para ver se curaria aquele homem no sábado, a fim de o
acusarem (Mc 3.2).
Os
fariseus observavam se Jesus curaria no sábado. Aqueles homens não estavam no
templo para adorar a Deus, mas analisando se Jesus efetuasse uma cura naquela
dia. Além disso, o objetivo deles ali era justamente acusar a Cristo. Muitos
cristãos caem no mesmo erro dos fariseus, vão ao culto somente para criticar,
nada está bom para essas pessoas. Não apresentam seu culto a Deus de forma
sincera e verdadeira, mas estão somente a analisar o tamanho da roupa, cabelos,
brincos e etc. Tudo isso não passa de um mero legalismo.
Jesus chama o homem da mão
ressequida
Jesus
disse ao homem da mão ressequida: Venha aqui para o meio! (Mc 3.3).
Lucas
afirma que Jesus conhecia os pensamentos dos fariseus. Jesus sabia muito bem o
que se passava na mente deles. O desejo de acusa-lo, caso ele curasse o homem
no sábado. Ainda assim, Jesus chama o homem para o meio. Cristo o coloca
justamente no meio de uma controvérsia religiosa para ensinar sobre a verdade
do sábado. Talvez você não se encontre a semelhante modo, contudo se encontra
em meios as tempestades da vida, Jesus disse que no mundo teremos aflições (Jo
16.33). Assim, isso nos ensina que sempre que Deus nos colocar em qualquer
situação, é para nos ensinar algo.
A pergunta de Jesus
Então
lhes perguntou: É lícito nos sábados fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma
vida ou deixar morrer? Mas eles ficaram em silêncio (Mc 3.4).
Marcos
menciona no texto “salvar uma vida ou deixar morrer”, por outro lado Mateus
destaca que “o homem que tem uma ovelha, num sábado não deixará cair numa cova”
(Mt 12.10-13). Aqui podemos perceber que Jesus faz uma pergunta aos fariseus, e
o porquê ele fez essa pergunta? Porque os fariseus acreditavam que era
permitido salvar qualquer animal no sábado, entretanto, o homem somente em
casos de emergência – fica mais do que evidente que na teologia farisaica, os
animais tinham mais privilégios que os homens. A pergunta de Jesus deixa-os em
silêncio, sem condição para uma resposta. Outro aspecto a ser abordado, “Jesus
ensinou que o sábado foi feito para fazer o bem”. Dessa forma, Cristo derrubou
todo ensino legalista sobre o sábado.
O homem da mão ressequida
restaurado
Então
Jesus, olhando em volta, indignado e entristecido com a dureza de coração
daquelas pessoas, disse ao homem: Estenda a mão. O homem estendeu a mão, e ela
lhe foi restaurada (Mc 3.5).
Primeiramente
Jesus ficou indignado e condoído com a dureza de coração dos fariseus. Esses
homens não queriam o bem do enfermo e nem acreditavam em Jesus como Messias
prometido. Segundo, a mão do homem é restaurada pelo poder de Jesus. Sabemos
que a fé é como uma “mão”, e é através dela que recebemos as bênçãos de Deus
para a nossa vida. Muitas vezes nossa fé está como a mão daquela homem,
atrofiada pelos desânimos, falta de esperança e sem perspectiva de vida. Assim
como Jesus restaurou a mão daquele homem, ele é poderoso para restaurar a nossa
fé. Portanto, Jesus demonstra sua misericórdia e seu poder ao restaurar aquele
homem.
A conspiração dos fariseus contra
Jesus
Os
fariseus saíram dali e, com os herodianos, logo começaram a conspirar contra
Jesus, procurando ver como o matariam (Mc 3.6).
Aqui
nós temos nessa parte do texto, a conspiração dos fariseus contra Jesus. Eles
tentaram isso com certeza por não conseguirem responder a pergunta que Jesus os
fez, foram completamente refutados por Cristo. Com isso, tentam procurar uma
forma de matar Jesus – eles eram inimigos da obra de Deus. Se juntam com os
herodianos que, eram uma seita mundana e que lutava para manter a dinastia de
Herodes. Jesus ao fazer a obra de Deus, enfrentou várias oposições, isto é,
muitos inimigos. Assim, se queremos fazer a obra de Deus, estejamos cientes
disso, há muitas pedras no caminho.
Conclusão
Portanto,
aprendemos aqui claramente como os fariseus eram duros de coração para não
crerem no poder de Deus, o legalismo os levou a tudo isso. Além disso, a
passagem nos ensina a importância do dia do descanso. Sobre a nova aliança, não
guardamos mais o sábado, mas o domingo, por causa da morte e ressureição de
Cristo no primeiro dia da semana. “Porque aquele que entrou no descanso de
Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus descansou das suas
(Hb 4.10). Por fim, Jesus demonstra sua misericórdia ao restaurar o homem da
mão ressequida.
Notas:
Pequena
Enciclopédia Bíblica – Orlando Boyer
Sidney Muniz
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