Lucas
é o único dos Evangelhos a registrar a cura de uma mulher encurvada. Apesar de passar
dezoito anos com uma enfermidade causada por um espírito maligno, ela encontrou
alivio para seus problemas na pessoa de Cristo. É importante observamos como
ela venceu suas dificuldades e o porquê de Jesus cura-la. Em síntese, essas são
as partes que serão analisadas nessa passagem.
A cura da mulher encurvada
“Numa
sábado, Jesus estava ensinando numa das sinagoga. E chegou ali uma mulher
possuída de um espirito de enfermidade, havia já dezoito anos; ela andava
encurvada, sem poder se endireitar de modo nenhum. Ao vê-la, Jesus a chamou e
lhe disse: Mulher, você está livre da sua enfermidade. E, impondo-lhe as mãos,
ela imediatamente se endireitou e dava glória a Deus” (Lc 13.10-13).
Quais
os fatos que ocasionaram a cura da mulher encurvada? Primeiramente, Jesus
estava na sinagoga ensinando as Escrituras. Esse local era uma espécie de
igreja judaica, “originou-se entre os judeus exilados da Babilônia pela
necessidade que sentiam ao estar longe do Templo, de orar e se edificarem em
comum”. Segundo, pela dificuldade em que encontrava-se. Lucas descreve que a
mulher era “possuída de um espirito de enfermidade”, dezoito anos convivia com
essa ação maligna que lhe causava dor e sem poder se endireitar. Triste era a
sua situação. Terceiro, Jesus cura a sua moléstia. Cristo ao vê-la na sinagoga
disse: “Mulher, você está livre da sua enfermidade. E, impondo-lhe as mãos, ela
imediatamente se endireitou e dava glória a Deus” (Vv12,13). É interessante
notarmos que, “a mulher não pediu para ser curada”, Jesus que tomou a iniciativa
– diferente de outros milagres encontrado nos Evangelhos. Quando Cristo disse
“está livre da sua enfermidade”, ele estava indicando que a “sua libertação era
um fato consumado”. Assim, esses foram os fatos que desencadearam a cura
daquela mulher.
A indignação do chefe da sinagoga
“O
chefe da sinagoga, indignado por ver que Jesus curava no sábado, disse a
multidão: Há seis dias em que se deve trabalhar. Venham nesses dias para serem
curados, mas não no sábado” (Lc 13.14,15).
O
chefe da sinagoga ficou completamente indignado pelo fato de Jesus curar no
sábado. O chefe da sinagoga era o encarregado da organização do culto, por
escolher pessoas que fariam a leitura da Escritura ou conduziria as orações. O motivo
da sua indignação era que curas não poderiam ser efetuadas no sábado, mas em
outros dias da semana. Dessa forma, o líder daquela sinagoga passava um
pensamento extremado sobre a guarda do sábado, pensamento que a lei e os
profetas nunca ensinaram, nunca proibiram uma cura no dia do descanso, isso era
apenas conceitos humanos.
A resposta de Jesus ao chefe da
sinagoga
Disse-lhe,
porém, o Senhor: Hipócritas, cada um de vós não desprende da manjedoura, no
sábado, o seu boi ou seu jumento, para leva-lo a beber? Por que motivo não se
deveria livrar deste cativeiro, em dia de sábado, esta filha de Abraão, a quem
Satanás trazia presa há dezoito anos? (Lc 13.15,16).
Jesus
refuta as ideias do líder da sinagoga. A princípio, Jesus revela a sua
hipocrisia. No sábado Jesus afirma que eles desprendem os animais para beber ou
lavá-lo, por que não poderia libertar aquele mulher que sofria a dezoito anos
com uma enfermidade maligna? Com isso, Jesus deixa claro que ele estava mais
preocupado com a tradição do que com a restauração da mulher. Além disso, Jesus
demonstrava que o sábado era um dia para se fazer o bem. Entretanto, a
liderança judaica estava colocando esse dia como um peso para as pessoas. Portanto,
Jesus refuta o líder da sinagoga mostrando sua hipocrisia e contradições sobre
o dia do descanso.
A alegria do povo
Tendo
ele dito estas palavras, todos os seus adversários se envergonharam.
Entretanto, o povo se alegrava por todos os gloriosos feitos que Jesus
realizava (Lc 13.17).
Por
que o povo se alegrava em Cristo? Primeiramente, ao ouvir as palavras de Cristo
contradizendo o pensamento do chefe da sinagoga sobre o quarto mandamento e
refutando sua hipocrisia. Todos os seus adversários se envergonharam, porque
sabiam que estavam fundamentados nas tradições, em vez de estarem exercendo
misericórdia com o próximo. Será que você leitor se encontra em semelhante
situação? Obedecendo mais preceitos religiosos criados por homens e esquecendo
de exercer misericórdia para com próximo? Segundo, pelos feitos que Jesus
realizava. Uma das razões da alegria estava nos milagres realizado por Cristo,
o povo contemplava as profecias messiânicas sendo cumpridas na íntegra, eles
encontravam em Cristo esperança para os seus problemas. Logo, esses eram um dos
motivos da alegria do povo.
Conclusão
Portanto,
concluiremos essa passagem bíblica com três reflexões de Charles Simeon sobre
este episódio:
“Primeira,
quanta cegueira e hipocrisia existem no coração humano! Segundo, como é
desejável abraçar cada oportunidade de esperar em Deus! – esta mulher recebeu a
cura porque participava fielmente das reuniões na sinagoga. Terceiro, com que
conforto e esperança podemos confiar os nossos problemas a Jesus!”
Sidney Muniz
[i]
Bíblia de Estudo de Genebra
Pequena Enciclopédia Bíblica – Orlando Boyer
Comentário Bíblico – Beacon
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