O apóstolo João é um
único no seu Evangelho que registra a cura do filho de um oficial do rei. Há
diferença entre a cura do filho do oficial do rei e a cura do servo do
centurião (Mt 8.5-13). Enquanto que João registra que o oficial rogava pelo
filho, o centurião rogava pelo seu servo. Ambos exerceram fé na pessoa de
Cristo e receberam o milagre dele.
Queremos destacar
alguns pontos nessa passagem que contribuirão para a nossa vida cristã.
Jesus
dirigiu-se a Caná da Galileia
Foi, então, outra vez a
Caná da Galileia, onde da água fizera vinho. Ora, havia um oficial do rei, cujo
filho estava enfermo em Cafarnaum. Quando soube que Jesus tinha vindo da Judeia
para a Galileia, foi ter com ele, e lhe rogou que descesse e lhe curasse o
filho; pois estava à morte (Jo 4.46,47).
Podemos analisar o
trecho em duas partes. Primeiro, Jesus retorna a Caná da Galileia. Era uma
cidade de Aser, à distância de 16 km do Mediterrâneo. Segundo, havia um oficial
do rei. O texto não menciona o nome desse homem, é provável que fosse um
oficial a serviço de Herodes Antipas, tetrarca da Galileia (Mt 14.1-4; Lc
23.7). O mesmo tinha um filho doente, estava à beira da morte. Terceiro, ouviu
falar de Jesus. Talvez ele tenha procurado em vários médicos a cura para o seu
filho, mas não encontrou, sua última saída era Jesus. Quarto, roga a Jesus que
curasse seu filho. Aqui podemos aprender o valor e o poder que a intercessão
tem. Assim, destaca-se aqui a ação do oficial em buscar a cura de seu filho.
O
diálogo de Jesus com o oficial
Então Jesus lhe disse:
Se não virdes sinais e prodígios, de modo algum crereis. Rogou-lhe o oficial:
Senhor, desce antes que meu filho morra. Respondeu-lhe Jesus: Vai, o teu filho
vive. E o homem creu na palavra que Jesus lhe dissera, e partiu (Jo 4.48-50).
Jesus responde: “se não
virem os sinais e prodígios, de modo algum crereis”. Qual era o objetivo de
Cristo ao responder aquele homem dessa forma? Jesus era ciente da fé superficial
do oficial e da multidão em volta, fé essa que dependia de vista (Jo 20.29).
Jesus estava testando a fé dele. Além disso, ele “roga a Jesus de novo”. Quando
oramos e não somos respondidos, é porque precisamos perseverar. Jesus disse:
“Todo aquele que pede recebe; o que busca encontra; a quem bate,
abrir-se-lhe-á” (Mt 7.7,8). Depois disso, Jesus declara: “Vai, o teu filho
vive”. Esta foi uma expressão de poder para curar e não meramente uma profecia
de que ele se recuperaria. Por causa da afirmação de Cristo, aquele homem creu
na palavra de Jesus e partiu.
A
cura do filho do oficial
Quando ele já ia
descendo, saíram-lhe ao encontro os seus servos, e lhe disseram que seu filho
vivia. Perguntou-lhes, pois, a que hora começara a melhorar; ao que lhe
disseram: Ontem à hora sétima a febre o deixou (Jo 4.51,52).
Os servos do oficial
anunciaram que seu filho vivia. Isso foi uma notícia de esperança, antes seu
filho estava perto da morte, agora se encontrava restaurado. Além disso, o
oficial pergunta de seus servos que horas seu filho tinha sido curado. Segundo
Wiersbe, “isso indicava que ele permaneceu um dia inteiro em Caná, pois o
trajeto de volta para sua casa não levaria mais de três ou quatros horas. O
menino curou-se às 13 horas, e no dia seguinte o pai chegou em casa. Isso prova
que teve fé verdadeira na palavra de Cristo, pois não apressou em ir para casa
a fim de ver o que acontecera. Aparentemente, o oficial ficou em Caná cuidou de
alguns negócios e foi para casa no dia seguinte. Ele apenas perguntou a que
horas isso aconteceu e verificou que foi no momento em que Cristo disse a
palavra salvadora”.
Portanto, resultado
disso: “Toda a sua família creu em Cristo”. Sabemos que a fé vem pelo ouvir, e
o ouvir, a palavra de Cristo (Rm 10.17).
Conclusão
A parte prática que
podemos aprender dessa passagem entre tantas. Primeiro, o valor da intercessão.
Aquele pai rogou a Cristo com perseverança pelo seu filho, assim devemos
imita-lo concernente aos nossos familiares. Segundo, aquele homem creu na palavra
de Cristo. E por ele crê, toda sua família se converteu a Cristo. Paulo disse
para o carcereiro e também a nós: “Crê no Senhor Jesus e você será salvo – você
e toda a sua casa (At 16.31). Terceiro, sinais e prodígios. As pessoas na época
de Jesus queriam ver sinais e vivenciar prodígios, devemos lembrar que satanás
pode realizar milagres com a finalidade de enganar os incautos (2Ts 2.9,10). Dessa
forma, a vida cristã não fundamenta-se em sentimentos, sonhos, visões ou qualquer
outra evidência carnal, porém, fé na Palavra de Deus.
Notas:
Pequena
Enciclopédia Bíblica – Orlando Boyer.
Bíblia
de Estudo de Genebra.
Bíblia
de Estudo Shedd.
Comentário
de Warren W. Wiersbe – Conciso
Sidney
Muniz
Nenhum comentário:
Postar um comentário