O livro do apocalipse é considerado pela maioria dos cristãos um dos mais difíceis da Bíblia de interpretar. Isso devido ao grande número de símbolos e figuras bem presentes no livro.
Diante disso, existe quatro métodos de interpretação desse livro, veremos resumidamente cada uma dessas interpretações. Vale destacar que esses métodos não se aplicam apenas ao livro de Apocalipse, mas a outros textos bíblicos — principalmente aos livros proféticos.
INTERPRETAÇÃO PRETERISTA
O método Preterista considera o contexto histórico na interpretação do Apocalipse. Essa linha de pensamento, entende que o simbolismo por trás do Apocalipse relaciona-se com os fatos contemporâneos da época em que o livro foi escrito. Assim, o Preterista compreende que várias profecias do Novo Testamento foram cumpridas com a destruição do Templo em Jerusalém no ano 70 d.C.
Dentro do Preterismo existem duas subdivisões que podemos chamar de Preterista Parcial (moderado) e Preterista Completo (radical). O Preterismo moderado, entende que existem profecias para se cumprir no futuro, como a ressurreição dos mortos por meio da vinda de Cristo e o julgamento final. Essa linha de interpretação acredita que o livro de Apocalipse falta se cumprir do capítulo 20 em diante. Em contrapartida, o Preterismo radical sustenta tudo foi cumprido no ano 70 d.C. inclusive, segundo eles, a segunda vinda já aconteceu e estamos vivendo Novos céus e Nova Terra.
INTERPRETAÇÃO FUTURISTA
Os que seguem uma interpretação futurista, quase tudo do livro de apocalipse está relacionado ao futuro sobre o fim dos tempos — com exceção apenas dos três primeiros capítulos. A interpretação futurista ficou conhecida com o surgimento do Dispensacionalismo (ou Pré-milenismo Dispensacionalista). Essa interpretação, tornou-se a principal visão escatológica dentro do movimento pentecostal e alguns meios batistas.
A interpretação futurista na sua maioria acreditam em um arrebatamento secreto da igreja antes de uma tribulação de sete anos, a besta será um líder político que governará mundialmente, o falso profeta será uma espécie de ecumenismo religioso no governo do anticristo e ao final Cristo voltará para livrar Israel e estabelecer o reino milenar de mil anos na terra. Assim, acreditam os futuristas.
INTERPRETAÇÃO IDEALISTA
A interpretação idealista do apocalipse é totalmente simbólica. Essa escola interpreta os textos presentes no livro como símbolos, verdades ou ideais espirituais, ou seja, nada irá acontecer de forma literal ou histórica, mas espiritualmente.
O que seguem uma interpretação idealista do apocalipse acreditam que o livro ensina uma luta entre o bem e o mal, entre a igreja e o paganismo promovido pelas forças do mal. Dessa forma, os cristãos podem aplicar as verdades espirituais em diversas situações, por exemplo: o Besta do apocalipse pode ser qualquer político ou leis que se levantam contra os princípios da palavra de Deus.
INTERPRETAÇÃO HISTORICISTA
O Historicismo interpreta as profecias do Apocalipse cumprindo-se ao longo da história, por isso é o nome “historicismo”. Dessa forma, os Historicistas interpretam que muitas profecias já se cumpriram, outras estão em pleno cumprimento, ou seja, seria um esboço da história da igreja desde o século I até a Segunda Vinda de Cristo.
A interpretação historicista era predominante dentro do protestantismo até o século XIX. Os reformadores seguiam essa interpretação no entendimento do Apocalipse, eles entendiam que o Papa era o Anticristo, a mulher do Apocalipse sentada sobre a Besta era a cidade de Roma. Atualmente, a única igreja que sengue esse método são os Adventistas do Sétimo dia.
Muitas igrejas abandonaram essa linha de pensamento com o surgimento do Dispensacionalismo que trouxe uma interpretação totalmente futurista. Dessa forma, as igrejas brasileiras, hoje, seguem uma interpretação mais futurista do Apocalipse.
Conclusão
Em suma, essas são as principais interpretações do livro de Apocalipse. Cabe ao leitor pesquisar e descobrir qual desses métodos concorda com as Sagradas Escrituras.
Sidney Muniz
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